sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Gritos e Sussurros (Ingmar Bergman, 1973) - 9,5


Nossa, pesado. O Bergman mais pesado que assisti. A força daqueles gritos chega com uma violência devastadora, te arranhando. É o sofrimento, a dor, a morte, como um dos elos de ligação mais horripilantes que se poderia filmar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vivendo no Limite (Martin Scorsese, 1999) - 9,5


Sensacional. Aquela cidade fantasma, doente, sendo assistida por alguém igualmente fantasma e doente, é como se o Scorsa tivesse conseguido fazer aquela câmera arder, como os olhos do Cage. E falando nele, lá, surtadão, dirigindo a ambulância, mordendo os lábios, psicótico, com aquela trilha do Clash... pqp, muito foda. Só por esse e Coração Selvagem o Cage já come o cu de todos que falam que ele não é foda.

Ichi The Killer (Takashi Miike, 2001) - 9,5



Ah, esse aqui é pornográfico de bom, um mergulho na dor física, explicita, de tão potente que consegue ultrapassar a câmera. Aqui esse japinha quer te causar dor também, e fazer com que tu sinta o mesmo prazer masoquista dos personagens, e consegue.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Colateral (Michael Mann, 2004) - 9,5


Bah, eu tava precisando mesmo dessa revisada. Caramba, é muito alto nível isso. A forma que ele filme L.A, mostrando aquele mar de luzes, poetizando a cidade através do reflexo, dos sinais, da própria arquitetura. Isso é saber usar o ambiente. Cara, é cada enquadramento, como, por exemplo, quando aquele corpo cai no carro, ou até quando ele fica de mãos atadas buzinando por ajuda. E essa cena aí do cantor de Jazz, essa quebra de expectativas, repentinamente, de um momento relaxado, praquela mudança de expressão, de terror. E o personagem do Cruise é dos mais fodas de sempre, né? Não existe explicação, ele pode ser simplesmente mau, em essência, não tem como saber, não tem como deduzir muito, é tudo muito pouco sugestionado sobre ele, como se tivesse uma barreira. Mas existe algo ali, meio que impede de odiar completamente, como uma interrogação, um certo código de honra, como quando na hora em que simplesmente perde o duelo de tiros, e senta no banco. Ele perdeu e agora vai simplesmente morrer ali, nada pessoal, sem ressentimentos. Quando ele fala pra mãe do Foxx que são amigos, da pra sentir uma certa sinceridade ali. É difícil odiar, e até da pra ter um misto de admiração com qualquer outra coisa (ou uma palavra semelhante a essa). E fora a fodisse dele, entrando naquela festa, aquela imponência, aparentemente invencível, violento, focado. É incrível como mesmo nessa frieza toda, ele consegue ainda exalar um sentimento misterioso, que vai contra a natureza explicita dele. E ainda foi esnobado, a atuação do cara ta entre as melhores da década.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Despoluindo - Jennifer Connelly






Top - Woody Allen


01. Match Point - 10
02. Manhattan - 10
03. Vicky Cristina Barcelona - 10
04. Memórias - 10
05. A Outra - 10
06. Todos Dizem Eu Te Amo - 10
07. Maridos e Esposas - 10
08. A Rosa Púrpura do Cairo - 10
09. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa - 10
10. Crimes e Pecados - 10
11. Hannah e Suas Irmãs - 10
12. Desconstruindo Harry - 9
13. A Última Noite de Boris Grushenko - 10
14. Um Misterioso Assassinato em Manhattan - 9
15. Tiros na Broadway - 9
16. O Escorpião de Jade - 9
17. Poucas e Boas - 9
18. Scoop - 9
19. Zelig - 9
20. O Sonho de Cassandra - 8
21. Sonhos Eróticos de Uma Noite de Verão - 7
22. Um Assaltante Bem Trapalhão - 7
23. Celebridades - 7
24. Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo - 7
25. Trapaceiros - 7
26. Igual a Tudo na Vida - 7
27. Dirigindo no Escuro - 7
28. A Era do Rádio - 6
29. Melinda e Melinda - 6

Top - Brian De Palma


01. Um Tiro na Noite - 10
02. Dublê de Corpo - 10
03. Femme Fatale - 10
04. Carrie - 10
05. Irmãs Diabólicas - 10
06. Scarface - 9
07. Os Inotoáveis - 9
08. Missão Impossível - 9

Sherlock Holmes (Guy Ritchie, 2009) - 5,5


Fraco. Por mais que falem do Guy Ritchie, pelo menos o cara tinha identidade na direção, aqui ele não se diferencia em nada de um Marc Forster, por exemplo. Direção burocrática demais, tanto quando filma a ação, que enche de piadinhas pouco inspiradas, e muitas vezes opta por aquela câmera super lenta pra tentar algo diferente, o que é sói isso, diferente, não necessariamente bom. E também o desenvolvimento da história mesmo, que é como se o cara colocasse o roteiro no colo e começasse a filma-lo. O diretor poderia ser chamado de muitas coisas, mas irreconhecivel seria injusto com ele, mas aqui ele está, e digo isso no mau sentido.

Mas mesmo assim minhas maiores esperanças eu não depositava nele, e sim na duplinha, principalmente no Downey Jr. Outra decepção. Eu pensei que por mais que o filme fosse fraco, frouxo no sentido de direção, pelo menos eu assistira algo no estilo Piratas do Caribe, onde o personagem pudesse deixar tudo mais divertido, o trailer me deu essa impressão. Mas nem. Ele criou uma persona meio Tony Stark, só que bem menos carismática, bem menos inspirada, culpa do texto capenga, e culpa dele também. Não que tenha sido um desastre, ele mais ou menos é melhor que 95% do que tem aí, mas em comparação com ele próprio fica bem abaixo, e também não consegue elevar o status do filme, como o depp fez em piratas, por exemplo. O Jude Law é quem mostra a melhor atuação mesmo, nada de espetacular também, mas o jeitão inglês seco dele agrada mais do que o bebum genial do downey jr. E outra coisa que irrita é isso, a personalida genial totalmente wtf do holmes. É aquele way of life de House em resolver mistérios, mas de forma absurda, artificial. Em vez de tu ficar impressionado com o como ele chegou a tal dedução, tu acha absolutamente ridículo, pq é como se a pessoa tivesse um grão de areia vermelha presa no cabelo, e ele descobrisse o RG, CPF e número da carteira de trabalho dela por isso.

Enfim, o lado bom é que apesar da atuação do Downey não ser extraordinária como de costume, ainda é o Downey, e tem o Law em boa fase também. A dupla tem uma quimica legal, poderiam ter caprichado bem mais, mas conseguem deixar alguns momentos divertidos. Poderia ser um filme bem divertido, mas é divertido apenas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Guerra dos Mundos (Steven Spielberg, 2005) - 9,5


re re re re re revisto.

Pra mim o titio nunca esteve tão inspirado com a câmera quanto nesse aqui. Ele cria cenas lindas, fantásticas mesmo, de um arroubo visual que impressiona até em se tratando dele. Não existe uma guerra vermelha, com membros, com corpos... Ele filma uma guerra banhada por luz, por brilho, passando uma sensação de indiferença ao exterminio, como se a beleza do planeta independesse da existência de pessoas ali. É como se quando a pessoa fosse desintegrada aquele mundo ganhasse o verdadeiro realce, como se respirasse melhor, como se os raios de luz ignorassem os gritos de socorro e nascessem imponentes como sempre, brilhassem normal. Colocando os elementos como protagonistas e pessoas como coadjuvates. Pra mim uma decisão consciente e que só fica mais bonita com a explicação final, onde vemos que humanos seriam derrotados não fosse a força do local que os protege. Spielbão aproveita pra mostrar e valorizar as belezas desse lugar quando estamos prestes a perdê-lo, coisa chique.

E é tenso pra caramba. Estranhamente não muito envolvendo as partes dos tripods (que são mais vistosas do que qualquer outra coisa), mas sim quando foca mais o medo x medo, onde a irracionalidade toma conta e uma segunda guerra se cria, de um cada um por si desesperador. A parte do carro é demais, aquela selvageria, pessoas rasgando os vidros com as próprias mãos, tudo para um pouco de chance a mais, mesmo que isso signifique a diminuição de outras pessoas. E tem o lance do porão do Tim Robbins, que pra mim ta entre os melhores momentos que esse cara já criou na filmografia. Bah, esse aqui eu não enjôo nunca mesmo, meu preferido com boa vantagem em relação a qualquer outro.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sideways (Alexander Payne, 2004) - 9,5


Revisto. E acabo de me apaixonar por esse filme aqui

É bem incrível como ele atira pra vários lados e é certeiro em todos. Ele já é ótimo como um simples road movie focando aquela amizade deliciosa, de opostos inseparáveis, que são unidos por poucas semelhanças, como humor, elegância entre uma e outra coisa a mais, e isso é suficiente pra serem inseparáveis, das duplas mais perfeitas do cinema. Mas daí ele ainda consegue colocar no meio disso e sem destoar todo um oceano de angustia dentro daquele cara, chegando a ser sufocante algumas vezes, como quando ele vira um bonequinho nas mãos da taça, culminando naquela ligação no meio do jantar. Não são muitos os filmes que conseguem passar com tanta eficiência essa sensação de enrugamento interior, e nem muitos atores que passam com tanta força e sensibilidade. Então ainda tem uma simples história de amor de um cara que se apaixona pela garota graças ao que tem em comum, o vinho. Tudo gira em torno do vinho, o amor, a amizade, a vida dele. E mesmo girando em torno de algo tão simples, fica fácil de acreditar pq sentimentos tão complexos e intenso os ligam. E fora que é hilário mesmo, ainda procuro um filme que me faça rir mais do que nesse com a cena em que o Giamatti vai buscar a carteira do amigo. E o legal é que a força dessa cena não está nela simplesmente, ela é hilária não pela força imediata, mas sim pela conexão que conseguimos com o personagem, e devido isso ela se torna o que é, por todo o passado que conhecemos dele, pela personalidade, caracteristica, que acompanhamos até ali. ELE vivendo aquele momento é impagável. Mais diretores deveriam aprender a usar o humor dessa forma.