Se antes eu fiz meus personagens preferidos, agora dou espaço pros meus filmes, só que com comentariozinhos. Eis eles:
15. Kick Ass (Matthew Vaughn, 2010) Começa como uma grande brincadeira envolvendo a mitologia do herói de quadrinho, e das mais divertidas, cheia de situações hilárias envolvendo cultura pop atual, nerdiadas e etc. Pra logo em seguida virar um drama de ação cômica de respeito. E filmado com autoridade por esse baita diretor. Kick Ass, Big Daddy, Red Mist... Todos divertidíssimos. Mas quem detona mesmo é essa insana da Hit Girl. E aí eu descubro um baita diretor e uma baita atriz.
14. O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008) Coringa. Heath Ledger. Essa figura eleva o que seria um bom policial envolvendo o morcegão, para um filme com um dos mais impressionantes representantes da insanidade que vimos no cinema. Um psicopata a ser pego como referência. Um personagem tão forte e marcante que hipnotiza cada vez que entra em cena. Eu até poderia falar de mais alguns méritos aqui e ali, mas enfim, seria insignificante demais comparado ao que foi o Coringa nesse filme. Ao que foi o Heath Ledger.
13. Watchmen (Zack Snyder, 2009) Sensacional em desglamourizar toda a mitologia dos super heróis. Em fazer entrar em choque com a realidade comum. Em mostrar heróis quase marginalizados pelo ambiente que vivem. Mas acho que esse filme não foi massacrado quanto ao seu conteúdo, e sim pela estética, narrativa, etc. Todo o Way of life Snyderniano, e que eu adoro. Poucas vezes a câmera lenta funcionou tão bem comigo. Ela é “limpa”, mostrando uma pancadaria sem frescura, violenta, quase como em uma briga de rua. Tanto Dylan quanto Simon and Garfunkel quanto etc apenas amplificaram a fodisse das imagem em questão pra mim, em uma inclusão ousada, claro, mas super eficiente. Acho que sofre um problema de fluidez, em alguns momentos fica um pouco arrastado, mas os méritos e as recompensas pela insistência tornam esses eventuais problemas insignificantes.
12. Sin City (Robert Rodriguez, 2005) Vou confessar, não sou nem um pouco fã das histórias em quadrinhos. Li algumas e achei bem medianas. Então se fosse transportada exatamente como no material original, eu não teria gostado. Acontece que isso aqui é cinema dos bons. Um noir estilizado e modernizado, com uma alegoria de personagens tão estilosos e violentos quanto a estética que os cercam. Seja acompanhando o brutamonte Marv (particularmente meu personagem e momento preferido do filme) em sua busca sangrenta e destrutiva pelo assassino da sua puta preferida, ou o desiludido Dwight em sua guerra suburbana noturna com prostitutas armadas, isso aqui é tão bacanamente filmado e tão bacanamente narrado que pra mim definitivamente é um dos melhores representantes do gênero. E aquela cidade fede.
11. X-Men (Bryan Singer, 2000) Na década de 70 superman foi o primeiro a conseguir transportar o universo fantástico dos heróis para telona de forma que toda a magia não se perdesse, não se tornasse deslocada. Já na de 80 vemos o Burton levar esse conceito pra outro patamar, mais próximo com o que consideramos o cinema de essência, em se expressar com imagens carregadas com aquele virtuosismo visual característico dele. Mas ainda faltava uma coisa. A essência do material adaptado se mantinha, mas em compensação a complexidade e grandiosidade desse se perdia, ou era apenas ridiculamente apresentada. X-Men veio pra ser o terceiro nome, para fechar a ultima lacuna que faltava. Não temos apenas a essência da HQ, nós temos um universo tão rico, relevante e grandioso quanto. O Singer reinventou o gênero.
10. Homem de Ferro (Jon Favreau, 2008) Poucos heróis são mais adaptáveis quanto Homem de Ferro. Ele não possui qualquer poder fantástico (apesar de toda a tecnologia impossível do universo, mesmo assim é tecnologia), Tony Stark é um beberrão, arrogante, mulherengo, sarcástico, cínico, fanfarrão, ou seja, uma persona bem conhecida e querida da arte, até com ares meio Bogardianos só que muito mais exagerados, claro, e que se captassem o tom certo seria difícil não sair algo divertido. O grande mérito é ter saído insanamente divertido. A escolha do protagonista foi perfeita. Até hoje não existiu ator que conseguiu captar tão bem o ar do personagem que interpreta. O cara conseguiu elevar uma história que já seria por si só interessante, divertida, para o nível de filme mais engraçado entre todas as adaptações do gênero.
09. Homem Aranha (Sam Raimi, 2002) Esse aqui sempre foi o meu herói, de infância e depois =P Então minha empolgação quando assisti era quase incontrolável. Lembro até hoje quando cheguei no cinema, entraram quatro atores vestidos de bandidos na sala, ficaram em frente da tela tocando o terror, e do nada surgiu um homem aranha lutador de capoeira e deu cabo dos putos todos. Eu vibrei com aquilo, foi patético e empolgante, emocionante mesmo =P Então da pra sentir o que esse personagem significa pra mim. A forma que é mostrada a descoberta dos poderes pelo Peter, aquela empolgação que ele sentia em se balançar com as teias de prédio em prédio pela primeira vez... Talvez seja isso que lá na década de 70 tenha causado aquela comoção toda quando o Super voava pela primeira vez. Algo equivalente me atingiu nesse aqui.
08. Oldboy (Chan-wook Park, 2003) Nada além do que o clichê do homem em busca por vingança, o diferencial é que esse conceito ganha contornos exageradíssimos até mesmo pra esse. Tudo aqui parece estar no volume máximo, amplificado, o chan-wook cria uma jornada cega em busca da purificação, e essa não poderia ser diferente do que o ódio sendo totalmente exteriorizado. Lotado de uma violência estilizada, uma narrativa nervosa que não se desvia em momento algum do objetivo explosivo final, o cara cria cenas empolgantes e perturbadoras. Da pra citar duas que ao meu ver já se tornaram clássicas, como aquela insana luta no corredor, e a embasbacaste revelação final (ou o final completo). Já ouvi brincadeiras dizendo que o Martin Scorsese é o Abel Ferrara com camisinha, nesse sentido da pra dizer que o Chan-wook é o Takashi Miike com camisinha, e isso é pra ser um elogio. Porque mesmo que mais suavizado, pelo menos no que se refere ao gore da coisa, Oldboy ainda te deixa arrasado no final.
07. Scott Pilgrim Contra o Mundo (Edgard Wright, 2010) Por mais que o material original seja HQ, pra mim esse aqui tem como inspiração principal os games. Uma linguagem não apenas original, mas revolucionária. A maioria dos filmes hoje baseados em videogame narram praticamente suas cutscenes, e esquecem a linguagem principal dessa arte, que é a parte interativa. Scott Pilgrim transporta justamente a parte interativa da coisa. Depois a remodela e a transforma em um cinemão super estilizado da melhor qualidade, recheado de material nerd perfeitamente enquadrado. Como me diverti assistindo essa maluquice.
06. Batman Returns (Tim Burton, 1992) O Batman, na minha modestíssima opinião, é uma franquia antes de qualquer coisa sustentada por seus vilões extremamente interessantes (e não digo isso de forma negativa), e nesse aqui é onde essa característica é melhor realçada. A Michelle Pfeifer cria uma Mulher Gato impressionante, um dos melhores personagens da história do cinema. Sexy e ameaçadora, graciosa e imponente. Absolutamente animalesca, criando a melhor rivalidade com o Batman de toda a franquia. E pra ocupar o posto de vilão principal, de ameaça desprezível, temos o Pinguim que mostra uma característica tanto visual quanto psicológica absurdamente monstruosa e repulsiva. E fora que eu, que não sou nem um pouco fã dessa estética Burtoniana, tive que me render nesse aqui. É um espetáculo no que se diz ao visual. Melhor Batman disparado pra mim.
05. X-Men 2 (Bryan Singer, 2003)
Olhar o texto acima.
04. Homem Aranha 2 (Sam Raimi, 2004) Se a descoberta dos poderes foi retratada daquela forma que eu tanto gostei no primeiro, posso dizer que nesse aqui o postar em prática isso é feito de uma forma tão natural e espirituosa que de todos os filmes de super heróis, esse Peter Parker é o que eu mais invejei, o que eu mais desejei estar no lugar. E ele não se decide se quer ser mais engraçado ou mais empolgante, e na dúvida alcança níveis absurdos nos dois.
03. X-Men: First Class (Matthew Vaughn, 2011) Ele é tudo o que eu falei de X2 e X1, só que amplificado, só que com melhores personagens, só que com a descoberta dos poderes, ou puramente a exibição deles, sendo feita de maneira muito mais espontânea e deliciosa. First Class só melhora o que parecia ser impossível melhorar.
02. Battle Royale (Kinji Fukasaku, 2000) Eu vou confessar que só o argumento disso aqui me fez babar. Quando fiquei sabendo que um filme desses existia fiquei salivando, na expectativa de ser o melhor filme do mundo. Não foi o melhor do mundo, mas de qualquer forma absurdamente divertido. Uma perseguição empolgante de todos contra todos, transformando aquela ilha no ambiente mais insano que eu já vi no cinema, fazendo cada estudante ter que virar um gladiador adaptado, e a selvageria rolando solta, e um gore delicioso explodindo em cada canto.
01. Marcas da Violência (David Cronenberg, 2005) O Cronenberg filmando um personagem aparentemente pacato que carrega um demônio oculto no corpo. E o inferno dessa vida passada batendo na porta o querendo de volta, e arrastando quem for que seja para isso. E daí é aquela selvageria visual que o Cronenberg faz com a câmera, com aquela sexualidade explosiva, com atuações que nenhuma chega a menos do que visceral... É difícil eu dizer o quanto gosto desse filme, ele é absolutamente perfeito. Uma OP indiscutível, um dos 10 melhores que assisti na vida. E apesar de adorar cada um dos outros da lista, a diferença pra esse ainda é de um abismo.