Quando eu penso em filmes é muito normal eu lembrar primeiramente de alguma cena, algum momento, alguma imagem que tenha cravado na minha retina. Minha memória cinematográfica normalmente é constituída por fragmentos de cinema (e por isso que eu tenho tanta dificuldade em escrever sobre filmes sem citar cenas ou imagens que me marcaram), e a partir daí eu sei o que eu realmente gosto mais. Kairo quebra essa regra. Quando eu penso nele não me vem primeiramente alguma cena boa (e existem várias), mas sim toda aquela atmosfera perturbadora. O conceito de cidade fantasma nunca foi aplicado de forma tão aterrorizante quanto nesse. Não existe uma enxurrada de espíritos, mas tu SENTE eles lá. E quero dar destaque no sentir justamente por ser o grande lance do filme. Tu sente muito clara a sensação dessa transição de espécies, esse passar de bastão. Como se estivesse na hora do ser físico ceder seu espaço para o dito metafisico. Quanto mais as pessoas vão desaparecendo e aquele mundo vai ficando abandonado, mais carregado ele fica. Isso é monstruoso, parece realmente que a câmera desse japa está filmando uma realidade morta. E outro elemento que não se pode deixar passar é aquela trilha. Ela escorre daquela caixa de som e te atinge como uma flecha. Vou ter que ser repetitivo de novo, mas não existe palavra melhor, ela é perturbadora.
Essa revisada só elevou esse filme no meu conceito (o que parecia difícil), realmente é o meu terror preferido. E o filme catástrofe definitivo.
Essa revisada só elevou esse filme no meu conceito (o que parecia difícil), realmente é o meu terror preferido. E o filme catástrofe definitivo.