quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Filmes Vistos - Agosto de 2011


Com asterisco ao lado os revistos

01. Irma Vep (Olivier Assayas, 1996) - 2/4
02. Missão Impossível (Brian De Palma, 1996) - 3/4
03. Liga da Justiça: Crise em Duas Terras (Lauren Montgomery, Sam Liu, 2010) - 1/4
04. Capitão América: O Primeiro Vingador (Joe Johnston, 2011) - 3/4
05. Independence Day (Roland Emmerich, 1996) - 3/4*
06. Rango (Gore Verbinski, 2011) - 3/4
07. Encontro Explosivo (James Mangold, 2010) - 1/4
08. Presságio (Alex Proyas, 2009) - 2/4
09. Furia (Alexandre Aja, 1999)- 2/4
10. O Mundo Perdido: Jurassic Park (Steven Spielberg, 1997) - 2/4*
11. A Era do Gelo (Chris Wedge, Carlos Saldanha, 2002) - 3/4
12. Jurassic Park 3 (Joe Johnston, 2001) - 3/4*
13. O Rei Leão 3D (Roger Allers, Rob Minkoff, 1994) - 4/4*
14. Batman Begins (Christopher Nolan, 2005) - 3/4*
15. Plataforma do Medo (Christopher Smith, 2004) - 4/4
16. Planeta dos Macacos: A Origem (Rupert Wyatt, 2011) - 4/4
17. The Blackout (Robert David Sanders, 2009) - 0/4

Melhor filme inédito do mês: Plataforma do Medo
Melhor filme revisto do mês: O Rei Leão
Diretor do mês: Joe Johnston

4 = OP
3 = Muito foda
2 = Bom
1 = Razoável
0 = Ruim/Horrível

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Furia (Alexandre Aja, 1999)


Não é segredo pra ninguém que eu sou muito fã do cinema desse cara, então achei bem apropriado escrever sobre esse filme – que é o primeiro de sua carreira - para o festival, e que também é bem pouco conhecido pela galera aqui do fórum. E eis minha surpresa então quando descubro uma obra especialmente diferente de tudo que o Aja criou depois disso (pelo menos quanto à temática). Pra quem não conhece nada sobre o filme (eu não conhecia), então vai uma capenga sinopse: se passa em uma França alternativa, onde um governo opressor agora está no poder, e qualquer tipo de manifestação artística é estritamente proibida. Theo, o protagonista da história, é um dos vários inconformados que se esgueiram pelos becos a noite para estampar verdadeiras obras primas da pintura naquelas paredes, sempre correndo o risco de ser capturado pelos membros do exército opressor que passam a noite vagando em blindados a procura dos rebeldes.

Quem chutou George Orwell e seu 1984 ganha um Kit Kat. É por aí. Mas com uma pequena e colossal diferença: a arte. O filme gira quase que exclusivamente quanto a opressão dessa, como se a inibição por manifestá-la (telas de pintura são proibidas, músicas não tocam no rádio, etc), tivesse criado um mundo absolutamente sem alma. Já no inicio do filme, como imagens de apresentação, vemos a ação de Theo se esgueirando pelos becos e se escondendo dos blindados para poder manifestar sua arte naquelas paredes. E quando ele finalmente consegue com o mínimo de privacidade, é como se isso o consumisse, como se o ato dessa inibição forçada fosse não menos do que pólvora jogada na fogueira, como não poderia deixar de ser. Ele explode, vira um artista que utiliza sua raiva (fúria), para criar o belo, dar forma ao seu intrínseco, o que o proíbem... É uma imagem poderosa, magistralmente filmada por esse diretor (que tinha apenas 20 anos na época), como se fosse um maestro raivoso criando uma imagem deslumbrante. E no dia seguinte, assiste tentando esconder a melancolia enquanto membros do exército obrigam moradores a apagarem cada desenho que tenha sido criado durante a noite, quase o desmoronando por dentro, como se estivessem apagando parte dele próprio e a qualquer momento ele fosse simplesmente sumir. E o que lhe resta depois é vagar por aquelas ruelas que não levam a lugar nenhum, segurar perto do ouvido o seu rádio que solta apenas chiados na esperança de encontrar qualquer manifestação musical (e às vezes ele quase pensa que encontra). Mais tarde Theo conhece Elia (a Marion), alguém com um aspecto físico que o obceca: um olho azul e um escuro, como se fosse uma obra de arte orgânica. E aí que reside a maior força do filme: nesse relacionamento. Em um mundo cinza como esse, uma pessoa como Elia, que compartilha de seus ideais, que também se esgueira para criar o belo, passa a ser o ultimo resquício de beleza poética que ele poderia encontrar em sua vida, e como de certa forma é. E quando ele a perde por um momento, sua jornada obsessiva pelo resgate dela se torna pura, bela, angustiante. Até porque o relacionamento deles é a única coisa que poderia confrontar o cinza que os rodeiam. É um filme que valoriza o mágico do ser humano justamente impedindo que ele o manifeste.

Além do óbvio conteúdo critico que carrega a obra, a narrativa e toda a capacidade de criar cenas fortes, perturbadoras, que se tornariam a maior marca do cineasta em seus filmes subseqüentes, já mostram muita força nesse. Toda a resistência de Elia aos diversos tipos de tortura é arquitetada com uma crueldade visual que não deve em nada aos outros filmes do cara. Talvez até sentidas de forma mais poderosa, já que a atuação da Marion é maravilhosa, ela realmente parece estar carregando um mar de intensa dor naquele corpo. Mas também não tem como negar que o mais interessante nesse é ver um diretor que depois se especializaria em um delicioso gore, contar uma estória sensível como essa, de pessoas presas em um universo sem magia e transformando suas próprias vidas na representação dessa.

Baita filme, Aja, esse cara pode fazer o que quer.

Ou talvez não seja nada disso, já que eu assisti sem legenda em Pt por que não encontrei, então tive que me conformar com a Ing mesmo, que eu não manjo tanto. Talvez o filme fale de besouros, ou viagem no tempo, ou etc, e eu não to sabendo. :P

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Capitão América: O Primeiro Vingador





O grande mérito mesmo é o resgate daquele climão dos filmes de ação/aventura dos anos 80, e que felizmente não fica apenas no visual, mas em toda aquela atmosfera deliciosa.

Eu já curti pra caramba o Loki, mas o Caveira Vermelha veio pra ser o melhor vilão dos filmes pré-vingadores (e ao contrário de muitos eu adoro o Jeff Bridges no primeiro Homem de Ferro). Aquele cara realmente parece ser uma versão ultramasterizada do Hitler, sem a afetação toda, como se realmente fosse um nazi lunático que voltou do inferno. Disparado o melhor vilão. E fora que o ator é bom demais, pegando uma hora especifica do filme, quando o Capitão vai salvar o Bucky e ele dá de cara pela primeira vez com o Caveira, e esse dá todo o discurso do quanto não são mais humanos e não deveriam ter medo de nada e etc... E daí o Capitão questiona do pq ele estar fugindo, e o Caveira só solta um sorrisinho de canto enquanto a porta do elevador se fecha. Putz, aquilo ajuda a deixar a rivalidade muito mais calorosa, muito mais epidérmica, e esses exemplos são super frequentes, de rivalidades que se cria por expressões, como o Caveira sentir uma inveja tremenda do Capitão já que o soro foi aplicado nele espontaneamente pelo criador. Esse tipo de coisa faz com que a rivalidade deles não se torne meramente um lance do herói que por um acaso esbarrou com o vilão e precisa para-lo. Não, a sensação de opostos absolutos e mesmo assim de únicos iguais é passada muito forte. O Caveira não é apenas mais um vilão do universo Marvel, ele é um vilão do Capitão e apenas esse pode parar, como tem que ser. Achei a duplinha demais.

Outro que mandou bem foi o Evans. Pra mim o personagem mais difícil de interpretar do filme, já que o Capitão tem toda aquela má fama do patriotismo cego, e qualquer derrapada poderia fazer o personagem se tornar um porre. Mérito do Evans (e da direção e roteiro também, claro), que fez um Steve Rogers impossível de não admirar, carregado com um ideal (sem bandeira) tão forte que o desespero dele pra simplesmente fazer o certo é passado com uma naturalidade incrível. Esse cara pra mim me passa a total sensação de quem pode liderar Os Vingadores, seja com um Deus do trovão vindo de Asgard ou um arrogante/egocêntrico/genial que construiu a armadura mais poderosa do mundo. Quando ele chega seguido por todas as pessoas que ele salvou naquela fábrica do Caveira, e todos os soldados começam o aplaudir e gritar o seu nome, aquilo poderia ter soado absurdamente forçado... Mas não, era o Capitão, ele merecia aquilo tudo. E aliás, todo aquele afeto que o cientista criou por ele se torna super justificável, o Steve Rogers mesmo sem capitão sempre foi admirável, e essa relação dos dois, mesmo que curta, é um dos maiores méritos do filme. Baita trabalho, Evans!

E também não acho que ele sofra do tão temido efeito fast food. Pelo menos pra mim algumas cenas vão ficar bem cravadas na memória, como todo o treinamento do Steve Rogers para se tornar o Capitão, o resgate na fábrica, o primeiro confronto com o Caveira, a cena no avião (e divertido pacas a luta dele naquele foguetinho com hélice)...

E tem o Tommy Lee Jones chutando bundas adoidado. O cara brinca de ser foda.

Baita filme. Uma das experiências mais divertidas e empolgantes vindas de filmes de heróis.

Filmes Vistos - Julho de 2011


01. O Vingador do Futuro (Paul Verhoeven, 1990) - 4/4*
02. Lua Nova (Chris Weitz, 2009) - 1/4
03. Feitiço do Tempo (Harold Hamis, 1993) - 4/4
04. Cabana do Inferno (Eli Roth, 2002) - 2/4
05. A Morte do Superman (Lauren Montgomery, Bruce W. Timm, Brandon Vietti, 2009) - 3/4
06. Batman Contra o Capuz Vermelho (Brandon Vietti, 2010) - 3/4
07. Lanterna Verde Primeiro Vôo (Lauren Montgomery, 2009) - 3/4
08. Mulher Maravilha (Lauren Montgomery, 2009) - 3/4
09. Batman - O Cavaleiro de Gotham (Yasuhiro Aoki e etc, 2008) - 1/4
10. Adventureland (Greg Mottola, 2009) - 4/4*
11. Alice no País das Maravilhas (Clyde Geronimi, Wilfred Jackson, Hamilton Luske, 1951) - 2/4
12. Máquina Mortífera 3 (Richard Dooner, 1992) - 4/4
13. Superman e Batman: Inimigos Públicos (Sam Liu, 2009) - 2/4
14. Mother's Day (Darren Lynn Bousman, 2010) - 4/4
15. Os Supremos (Curt Geda, Steven E. Gordon, Bob Richardson, 2006) - 2/4
16. Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda (Lauren Montgomery, Chris Berkeley, Jay Oliva, 2011) - 1/4
17. Temos Vagas (Nimród Antal, 2007) - 4/4
18. Os Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda dos Defensores de Atena (Yasuhiro Yoshikawa, 1988) - 1/4*
19. Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 (David Yates, 2011) - 3/4
20. Os Aventureiros do Bairro Proibido (John Carpenter, 1986) - 4/4*
21. Enterrado Vivo (Rodrigo Cortés, 2010) - 0/4
22. Um Drink no Inferno (Robert Rodriguez, 1996) - 4/4*
23. Máquina Mortífera 4 (Richard Dooner, 1998) - 4/4
24. Príncipe da Persia: As Areias do Tempo (Mike Newell, 2010) - 2/4
25. A Fraternidade é Vermelha (Krzysztof Kieslowski, 1994) - 3/4
26. O Samurai (Jean-Pierre Melville, 1967) - 3/4
27. O Salário do Medo (Henri-Georges Clouzot, 1953) - 3/4
28. The Ward (John Carpenter, 2010) - 4/4


Melhor filme inédito do mês: Feitiço do Tempo
Melhor filme revisto do mês: Um Drink no Inferno
Diretor do mês: John Carpenter