quinta-feira, 20 de maio de 2010

Curtinhas

Johnny Guitar (Nicholas Ray, 1954)




Outro fantástico do cara, é tanta coisa boa pra se falar. Ele constrói praticamente uma ópera de um amor (quase) reprimido que explode bem no meio daquela selvageria toda, transformando um climão de praticamente caça as bruxas. E é muito boa a forma que ele resolve tratar isso, praticamente com uma inversão de papéis: as mulheres transbordam uma selvageria evidente nos olhares, como se o ódio escorresse pelo seus rostos como um suor, fervendo, enquanto os caras fazem um jogo muito mais elegante, sutil, praticamente como um reconhecimento de campo, e fazendo isso no ritmo de uma dança intimidadora. É como se as frágeis senhoritas de westerns tivessem sido trocadas por dois pilares raivosos e prestes a explodir, como realmente explodem, e os homens construissem seu ambiente de confronto apenas nos espaços que essas concedessem. Spider fight da melhor qualidade. Ah, e isso não tira a classura que é o Johnny com seu violão.

Dos que vi esse > No Silêncio da Noite. E ó que No Silêncio da Noite é OP também.


O Pecado Mora ao Lado (Billy Wilder, 1955)




É bem tri, a melhor coisa é o texto genial, é como se ele praticamente esgotasse as possibilidades de brincadeira que seriam possíveis com o tema. E o Tom Ewell cria um paranóico divertidaço, e a Marilyn Monroe apenas torna tudo extremamente justificável, daquelas que tu se apaixonada até pela sombra.


Aconteceu Naquela Noite (Frank Capra, 1954)





O Capra sabe criar personagens "calorosos", que transbordam carisma, e aqui não é diferente. O Clark Gable é o malandrão rabugento e ciníco que fica impossível não torcer, e a Claudette Colbert a patricinha mimada e sonhadora que fica impossível não se apaixonar. E se isso é feito de forma competente já é o suficiente pra se ter um baita romance, mas quando filmado por um cara que transborda uma doçura quase que ingenua como o Capra, daí leva pro patamar de uma OP e dos melhores romances de sempre. É tão fufi isso aqui.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Curtinhas

Suspiria (Dario Argento, 1977)




É o melhor Argento que eu vi fácinho fácinho (mas vi muito poucos, meu preferido até assistir esse era Phenomena). Já falei antes, mas esse cara sabe terminar filmes, né? Aquele final "duplo" é doidão demais. Primeiro vai a amiga descartável na frente, abrindo terreno, e aí o Argento da uma palinha do que ta por vir, mas bem pouquinho mesmo, um tira gosto. Daí depois ele abre as cortinas e mostra o espetáculo principal naquele ritual que ele é mestre em fazer


No Silêncio da Noite (Nicholas Ray, 1950)




Isso aqui funciona tão bem pq durante o filme todo a dúvida dela é o negócio mais razoável do mundo. Sim, tudo leva a crer que realmente pode ser ele, e sim, mesmo assim não tem como não adorar aquele filha da puta, pq o Bogart aqui tava indecente de genial, só faltou tirar o pau pra fora e brincar de pirocópetero.

Rio Bravo (Howard Hawks, 1959)





Não que eu tenha visto muitos westerns, mas dos que vi, esse é o melhor. E além disso é um dos 10 melhores filmes de sempre. Isso aqui é absurdo. A cena deles no violãozinho e cantando pré tiroteio é das coisas mais humanas e bonitas que já vi, muito alto nível.