segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Harry Potter e o Cálice de Fogo (Mike Newell, 2005)


Retiro, esse é o que mais gostei. Da pra notar que Azkaban ainda tem um outro nível de direção, planos bem mais elegantes, uma foto bem mais bonita e quase tudo mais. Mas a história aqui é tão mais épica, as situações tão mais angustiantes, que não teve como eu não me empolgar mais. Todos os três desafios são trabalhados de uma forma que te deixe bastante ansioso por eles, e executados de forma muito competente. O final envolvendo todo o lance do labirinto + batalha no cemitério com o coisa ruim é o ápice do filme, o momento mais dramático da série até aqui. E ainda apareceu o personagem que eu mais curti até agora, que é o surtadão Alastor Moody (interpretado muito bem, se bobiar a melhor interpretação que vi na série). O material parece mais empolgante que o anterior, mais dentro da história principal e consequentemente mais emergencial do que tudo que apareceu até aqui. E o filme termina caótico mesmo, é o que tem o climax mais arrepiante disparado. Gostei pra caramba. Agora é esperar e ver o que o outro sujeitão aprontou nos demais.

Annie Hall (Woody Allen, 1977)


Ótimo ter revisado. A impressão aqui é de assistir o Woody Allen mais inquieto da carreira. É uma enxurrada de diálogos, no sentido de tu não poder virar pro lado senão perde um, e em um dos momentos onde ele se mostra mais inspirado pra isso. Todos os outros com foco parecido começam a parecer apenas fragmentos de luxo desse aqui (tirando Manhattan, claro). Dessas comédias neuróticas onde ele foca exaustivamente a obsessão paranóica pela morte, e, principalmente, a incoerência hilariante dos relacionamentos, aqui é onde ele consegue ser mais denso, mais interessante, mais genial, e sem nunca perder o deboche característico. A cena onde a Diane Keaton (que atuação, minha nossa) sai do corpo durante o sexo, ou toda a sequência envolvendo o primeiro encontro dos dois, chega a dar vontade de aplaudir, de tão genial. Fica difícil adjetivar esse de outra forma. Quem quer entender porque o cara é gênio pode começar por esse.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Top 2010

Faz algum tempo que não atualizo, a última vez tinham apenas 17 filmes, agora é quase o dobro. Então segue o top até aqui (só os lançados comercialmente no Brasil):





01. À Prova de Morte (Quentin Tarantino)
02. Scott Pilgrim Contra o Mundo (Edgard Wright)
03. Toy Story 3 (Lee Unkrich)
04. Ilha do Medo (Martin Scorsese)
05. Mother (Bong joon-ho)
06. Zumbilândia (Ruben Fleisher)
07. Como Treinar o Seu Dragão (Dean DeBlois, Chris Sanders)
08. Tropa de Elite 2 (José Padilha)
09. O Segredo dos Seus Olhos (Juan José Campanella)
10. A Estrada (John Hilcoat)
11. Kick Ass (Matthew Vaughn)
12. A Origem (Christopher Nolan)
13. Machete (Robert Rodriguez)
14. Martyrs (Pascal Laugier)
15. Homem de Ferro 2 (Jon Favreau)
16. O Escritor Fantasma (Roman Polanski)
17. Tudo Pode Dar Certo (Woody Allen)
18. Um Homem Sério (Irmãos Coen)
19. O Livro de Eli (Albert Hughes e Allen Hughes)
20. Amor Sem Escalas (Jason Reitman)
21. Resident Evil 4: Afterline (Paul W. S. Anderson)
22. Predadores (Nimród Antal)
23. A Fita Branca (Michael Haneke)
24. A Centopéia Humana (Tom Six)
25. Onde Vivem os Monstros (Spike Jonze)
26. Sherlock Holmes (Guy Ritchie)
27. Vírus (Alex Pastor)
28. Nova York, eu te amo (Vários)
29. Um Olhar do Paraíso (Peter Jackson)
30. Uma Noite Fora de Série ( Shawn Levy)
31. Sex and the City 2 (Michael Patrick King)


Ótimo ano mesmo. Finalmente À Prova de Morte chegando nos cinemas! Um dos melhores Scorsese que já vi. A Pixar detonando tudo com Toy 3 (que da própria Pixar eu só prefiro o Toy 1). A Dreamworks mostrando que quer incomodar com o melhor filme disparadaço que fez até agora. Um Bong-joon Ho nos cinemas! (o que me deixa animado para que talvez outros futuros cheguem) Cinema nacional mandando muito bem com Tropa de Elite 2. Um Polanski menor, mas ainda assim instiga como poucos. A maior surpresa positiva que tive esse ano, com A Estrada, talvez o mais emocionante desses e com a melhor atuação, que é a do Viggo. Um Homem de Ferro 2 que consegue ser tão ou mais divertido quanto o primeiro (o que pra mim é grande coisa). Kick Ass como um dos mais divertidos do ano. Machete finalmente estendido! Um Coen que se não pode ser comparado aos melhores da filmografia deles, pelo menos ainda mantem esse estilão autoral e divertido que é sempre bom conferir. Um terror vomitativo e tenso com o ótimo Martyrs e o bom Centopéia Humana. O Nolan se popularizando de vez e virando um dos queridinhos tanto de crítica e público, e com um bom filme mesmo. O Segredo dos Seus Olhos justificando plenamente esse babação em cima dele. E um dos filmes mais revolucionários que assisti, que é esse sensacional Scott Pilgrim. E até filmes menores, como Predadores, Resident 4 entre outros, conseguem divertir bastante.

Mas no final do ano, com o top completinho mesmo, daí dedico um post mais elaborado para com os que chegaram por aqui.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Scott Pilgrim Contra o Mundo (Edgard Wright, 2010)


Que orgulho de antecipar a muito tempo atrás, na época de Shaun of the Dead, que esse Edgard Writgh se tornaria um dos melhores diretores. Orgulho pq acho que isso ta acontecendo. Esse filme aqui não é apenas original, na minha visão ele é revolucionário. Vão tentar copia-lo, segui-lo, mais ou menos como fizeram com Pulp Fiction na década de 90, mas cada um na sua. Um erro de quando se adapta um game é pensar que a única coisa que queremos ver é a histórinha sendo contada na tela, normalmente as adaptações se limitam apenas as cutscene, e pela primeira vez houve um filme todo moldado com a linguagem videogame e perfeitamente enquadrado pra linguagem cinema, a parte interativa dos games, não simplesmente a narrativa, ou seja, o que realmente da a graça. Assistir Scott Pilgrim tem graça semelhante a quando tu realmente joga, o fdp conseguiu mesmo o que vários tentaram e falharam vergonhosamente. Só pra deixar em um exemplo, ele conseguiu deixar as cenas de luta contra os ex extremamente cinematográficas e ao mesmo tempo totalmente gamisticas. Acho que isso se deve pq cinema e game são as mídias mais próximas em semelhança hoje, quem joga sabe disso. E esse cara conseguiu ser o primeiro a aliar com maestria mesmo as duas. Esse filme ainda vai ser considerado como um dos mais importantes já feitos, esperem só.

Machete (Robert Rodriguez, 2010)


O Rodriguez é um dos meus diretores preferidos, acho ele um dos caras mais criativos do cinema, mas aqui em Machete achei que essa criatividade toda que eu sei que ele possui ficou oscilando demais. Até uns 40 minutos eu tava me divertindo pra valer, tava esperando algo que rivalizasse mesmo com Um Drink no Inferno e Planeta Terror (meus preferidos do cara e entre os que mais gosto de todos os tempos), mas logo em seguida o surto de diversão começou a murchar, as piadinhas se desgastar, e a narrativa parou de fluir tão bem. O negócio é que achei que ele foi meio preguiçoso no desenvolvimento de algumas piadas que poderiam ter sido bem mais legais. Por exemplo, A Lindsey Lohan de freira tinha um potêncial incrível pra se brincar, fico imaginando nas mãos de um Tarantino (essa frase toda ficou meio ambigua, eu sei), e com o Rodriguez parece que ela pareceu ali simplesmente pela piada óbvia "ah, a Lindsey Lohan de freira". Ou uma moto com metralhadora giratória vira apenas uma moto com metralhadora giratória, e um padre com duas shotguns nas mãos vira apenas um padre com duas shotguns nas mãos. A idéia é muito boa, sensacional até, mas pouco desenvolvida, pouco explorada, mostrada de uma forma simplista que faz tu apenas lançar um sorriso de canto, e não de fato ficar empolgado com o que ta vendo. E pela forma que eu falei parece que eu não gostei do filme, muito pelo contrário, gostei muito, as cenas boas são realmente boas, como o inicio ou ele escapando do hospital com o intestino do cara, hahahah. Mas teve alguns momentos que eu achei que ele podia ter dado uma caprichada mais, e daí esse passaria de um ótimo filme de ação trash pra um dos filmes mais divertidos ever.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Predadores (Nimród Antal, 2010)


Só pelo plot já me ganhou, já que adoro filmes no estilo: junta uma galerinha foda em um ambiente hostil contra uns bichos mais fodas ainda, e o resultado aqui é um salve-se quem puder delicioso. O filme ganha muito pelo ambiente, que passa muito bem a sensação de habitat desconhecido e totalmente hostil, e pelos personagens, que apesar de nada marcantes, possuem pelo menos características bem próprias e divertidas, totalmente dentro dos clichês, mas mesmo assim muito boas de acompanhar. Os Predadores ainda não conseguem passar uma sensação tão ameaçadora quanto no primeiro filme, mas ainda assim são ótimos vilões. Bem direto, sem firulas, é a negadinha na selva tentando sobreviver dos bichos feios, e o resultado foi bem bom. Não se compara com o primeiro, mas achei do nível do segundo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Harry Potter 1, 2 e 3




Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e a Câmara Secreta (Chris Columbus)

Esses dois filmes iniciais são bem trizinhos e praticamente a mesma coisa. Ainda não revi todos, mas dos diretores que escolheram o Chris Columbus realmente parece ter sido o mais indicado pra contar a história, já que tem tudo a ver com ele mesmo. O cara consegue criar um universo muito gostoso, transformar aquela escola de magia em algo parecido com um mega brinquedo da Disney que tu sempre teve vontade de conhecer, tão sedutor e mágico que faz tu ter a real noção do quanto seria legal estudar numa escola daquelas. E não sei se o trio principal vai vingar na profissão, mas pelo menos no quesito carisma não se tem do que reclamar, conseguem passar de forma surpreendentemente rápida a sensação de trio inseparável e de melhores amigos. Realmente o trabalho de atores ta muito bom, impressão que todos estavam realmente se divertindo e se entregando ao máximo nessa brincadeira fantástica. O que tenho pra reclamar, e principalmente no primeiro, é a CG mesmo. Isso ta grotesco. Nem o play 1 produzia CGs tão toscas, a parte do quadribol no primeiro é constrangedora, chega até comprometer na diversão que a cena poderia proporcionar. Mas de resto, bem leve, bem gostoso de assistir, e flui que é uma maravilha mesmo com um tempo longo pra um filme que foca principalmente um público bem mais jovem.



Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Alfonso Cuarón)

Outro nível, muito mais dark, planos muito mais "europizados". Chegou a ser engraçado quando assisti com a namorada os dois identificando a gritante diferença nesse quesito desse pros anteriores. A fotografia desse aqui é linda demais, digna de prêmio. Hogwarts deixou de ser aquela atração de parque da Disney pra ganhar um ar muito mais sombrio, mais imponente. O que um diretor não faz... Ele mudou absolutamente tudo praticamente não mudando nada. Atores são os mesmos, a decoração do castelo é praticamente a mesma, as características dos personagens também não mudam de forma significativa, e mesmo assim o tom do filme é totalmente oposto, é muito mais adulto e sério. Voltando com o lance dos planos, esse aqui realmente é recheado de alguns planos lindos mesmo. Vai ser interessante acompanhar essa troca de diretores. Ah, e esse aqui tem também a história mais instigante. Se os dois primeiros passam muito bem um ar fantástico e ingênuo da série, esse aqui passa muito melhor um tom emergencial e épico, mostrando uma Hogwarts deprimida e fria, totalmente abalada com os acontecimentos da história. Prefiro bem mais o segundo caso. O melhor até aqui.