domingo, 13 de janeiro de 2013

15. Amour (Michael Haneke, 2012)

Pra minha surpresa o titulo que o filme carrega não é mais uma pitada de cinismo do Haneke, caracteristica tão comum na filmografia dele. É comovente ver a entrega absoluta de Georges abdicando todo o espaço de sua vida e viver exclusivamente para a doença da esposa, mesmo essa pouco a pouco perdendo todas as caracteristicas que o fizeram amá-la. E conforme a doença vai se tornando mais sofocante e engolindo a tudo ao seu redor, mais transparece a incrível pureza e veracidade absoluta do sentimento que eles carregam. E quando finalmente a decisão mais drástica é tomada por um deles, fica impossível de fazer um julgamento mais rigoroso, ideologias a parte. Os momentos em que Georges e Anne estão a sós, acompanhados apenas pela evolução ininterrupta da doença, e tentando confrontá-la na medida do possível, é dos mais bonitos do cinema esse ano.

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